Felizmente nossa sociedade está sendo acometida pela cultura da ética. Mesmo com os constantes maus exemplos que nossos políticos insistem em nos dar, estamos mais conscientes e com uma tolerância cada vez menor a comportamentos que demonstrem desvio de conduta. Nossa realidade ainda está longe do razoável, mas estamos evoluindo.
A amplitude da ética é muito grande e talvez por isso não nos demos conta à primeira vista, da evolução que estamos experimentando. Um exemplo bem recente é o aquecimento global. Os países que não assinaram o protocolo de kyoto foram antiéticos com o planeta e com a própria humanidade, no entanto em poucos anos nós amadurecemos e ficamos mais críticos. Agora “pega mal” ser do contra. Mesmo nos tempos mais remotos, quando não ouvíamos falar em aquecimento global ou efeito estufa, já era antiético poluir, degradar a natureza e utilizar recursos não renováveis de maneira inconsequente. Mas nós não éramos éticos, pelo menos a maioria de nós, em relação a este assunto.
Hoje somos mais éticos em relação à prostituição infantil, em relação à fome, em relação à educação. Vivenciar uma cena de corrupção nos choca mais; quando um guarda de trânsito faz insinuações sobre propina ficamos revoltados. Estamos evoluindo sim!
O avanço da ética é o que caracteriza de forma mais marcante o nível de uma civilização. Quanto menos ético um povo, mais primitivo ele é. Quanto mais ético, mais evoluído culturalmente e melhor é a qualidade de vida naquela nação.
Nas corporações o discurso em prol da ética está cada vez mais usual, principalmente entre empresas de capital aberto, afinal nenhum investidor vai colocar dinheiro numa empresa cujas intenções são desconhecidas. Transparência e foco são fundamentais para a saúde de empresas com ações na bolsa. E a melhor maneira de fazer isso é dizendo, ou melhor, escrevendo, divulgando e exemplificando qual o posicionamento ético da empresa.
Quando uma empresa não tem um código de ética claro, deixa margem para que as pessoas ajam de acordo com suas convicções e quando se tem centenas ou milhares de colaboradores, isso pode causar sérios problemas.
Aliás, nesta matéria eu tenho uma teoria. Em relação à ética eu penso que existem quatro tipos de pessoas, e aí vão elas:
Pessoas que não têm preço
São aquelas pessoas retas, dignas, que não precisam de manuais, códigos e regras para lhe dar alguma orientação sobre o certo e o errado. Estas pessoas naturalmente agem em prol do bem comum, com respeito e tolerância e nunca, em hipótese alguma, se corrompem.
Pessoas que ainda não descobriram o seu preço
São pessoas dignas a princípio. Aliás, podem até passar a vida inteira com sua integridade imaculada, basta que não encontre uma oportunidade realmente interessante para se corromper.
Pessoas que podem ser compradas
Estão abertos a todo tipo de oportunidades. Pode levar uma vida relativamente correta, mas o oportunismo estranhamente é mais forte em alguns momentos e às vezes, mesmo tendo um bom padrão de vida ou um bom salário, ou mesmo sendo rico, pode facilmente vender-se.
Pessoas que estão em liquidação
São aquelas pessoas que “facilitam”, fingem que não estão vendo, dão uma “mãozinha”, matam, enganam e votam, por quaisquer dois reais. Não, dois reais não, elas estão em liquidação com uma placa de R$ 1,99 pendurada no peito!